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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Dono da Telexfree está em Vitória há 10 dias, diz advogado


 
20/05/2014 - 21h40 - Atualizado em 20/05/2014 - 23h04

Carlos Wanzeler é considerado foragido pela Justiça americana. A mulher dele, Kátia Wanzeler, foi presa em Nova York

Carlos Nataniel Wanzeler, que tem família em Vitória, é cofundador da empresaConsiderado foragido nos Estados Unidos, o capixaba Carlos Wanzeler, dono da Telexfree, está em Vitória há 10 dias. A informação é do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, responsável por defender acusados no processo do mensalão.

Kakay disse que está convencido de que foi a Justiça do Acre que levou a empresa à bancarrota no Brasil. O advogado ainda afirma que Wanzeler retornou ao Brasil antes de ter a prisão decretada pelos EUA e que o empresário foi ao Canadá a negócios, e não para fugir dos inquéritos cíveis e criminais dos quais é alvo naquele país.

“Ele não saiu foragido. Ele tem negócio em Vitória e é brasileiro nato. Wanzeler já está contratando um advogado nos Estados Unidos para defendê-lo lá”, explica Kakay, que afirma ter assumido o caso no Brasil há uma semana.

O advogado estará nesta quarta-feira (21) em Vitória e vai visitar a Polícia Federal, a Central de Inquéritos e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para conhecer o teor das investigações contra a empresa e os donos.

Registrada em Vitória, a Telexfree, cuja razão social é Ympactus Comercial, é acusada de ser uma pirâmide de Ponzi pelo Ministério da Justiça, e está bloqueada desde junho pela Justiça do Acre. A pirâmide representa uma prática financeira ilegal.

Kakay disse que a empresa não pode ser pirâmide, pois não deu prejuízo para ninguém. Questionado se a ação da Justiça do Acre não veio antes de uma possível quebra da pirâmide, o advogado disse que seria necessário ter uma apuração antes de congelar as atividades.

“Acredito que houve uma leitura errada da empresa pelo Ministério Público do Acre, que levou à paralisação da empresa antes que uma perícia fosse feita para comprovar se os donos cometeram crime contra a economia popular”, explica.

O advogado disse que vai questionar também a não aceitação do pedido de recuperação judicial feito pela empresa na Justiça do Espírito Santo. “Eu ganhei quase 100% das ações que defendi. Vou mostrar a inocência da Telexfree”, disse.

Além de alvo de inquéritos cível e criminal no Brasil, a Telexfree também foi acusada pela Anatel de vender VoIP clandestino. Kakay disse que ainda não sabe sobre o ação da agência reguladora, mas explica que a companhia vendeu milhões de minutos de telefonia no Brasil.

Quanto às acusações da Telexfree nos Estados Unidos, Kakay disse que vai buscar o Ministério da Justiça para intervir na prisão, considerada por ele abusiva, de Kátia Wanzeler, mulher do Carlos Wanzeler.

A esposa do empresário foi presa em Nova York na semana passada ao tentar voltar para o Brasil. Investigações do FBI mostram que quantias milionárias foram enviadas da Telexfree nos EUA para contas da Kátia em diversos bancos.
 
Empresa diz que 96% do faturamento é de vendas do VoIP

Em meio a acusações de atuar como uma pirâmide de Ponzi, a Telexfree afirma ter 96% do seu faturamento baseado na venda de VoIP. A informação foi passada pelo diretor da empresa no Brasil, Carlos Costa, em vídeo publicado no Youtube, às 22h30 da última segunda-feira (19).

Os números, segundo ele, estão presentes numa auditoria feita pela Receita Federal. De acordo com o documento, a empresa arrecadou R$ 293,24 milhões nos primeiros 12 meses de funcionamento. Desse valor, Costa explica que R$ 283,39 milhões estão relacionado à venda do VoIP.

Costa afirma que no movimento financeiro estão incluídas as comercializações no varejo e também no atacado.

A compra do VoIP no atacado, por meio dos planos Family e Adcentral, é o que permitia uma pessoa se tornar divulgadora da Telexfree. É a partir do investimento nesses planos que o associado passava a ter direito a comissões pelo recrutamento de novos associados e pela publicação de anúncios na internet.

Costa explicou ainda que apenas R$ 9,84 milhões foram conquistados a partir da adesão. A taxa cobrada tanto de clientes quanto de consumidores era de média R$ 100.

Segundo a Securites and Exchange Commission (SEC) - CVM dos EUA, menos de 1% da receita da Telexfree em todo o mundo foi com a comercialização do VoIP no varejo.

No Brasil, a companhia que tem sede em Vitória e é registrada sob o nome de Ympactus Comercial, pode ter movimentado quase R$ 1 bilhão. Parte desse dinheiro, estimada em R$ 600 milhões, está bloqueada pela Justiça do Acre após a companhia ser denunciada por formação de pirâmide financeira.

Mutirão

No último domingo (18), reportagem do Fantástico compareceu à sede da Telexfree, na Enseada do Suá, e descobriu que a empresa continua funcionando. No vídeo, Carlos Costa explica que a equipe trabalha num mutirão para a devolução do dinheiro investido pelos associados.

Justiça nega liberdade a presidente

O presidente americano da Telexfree, James Merrill, vai ficar preso até o julgamento do processo criminal no qual é alvo na Justiça Federal, dos Estados Unidos. Em audiência ontem, o juiz decidiu não arbitrar fiança por considerar que o empresário apresenta riscos de fuga.

Merrill é acusado de comandar um esquema de Ponzi com abrangência internacional, segundo denúncias feitas pelo FBI à Corte de Massachusetts.

O empresário também está sendo processado em duas ações cíveis, nas esferas estadual e federal, por promover uma pirâmide financeira bilionária, com foco principalmente em brasileiros.

Segundo o site Telegram e o jornal Boston Globe, a mulher de Merrill, que se chama Kristin, chorou muito quando o juiz anunciou que o empresário ficará preso.

Semana passada, ela testemunhou a favor do marido, dizendo que ele era um homem religioso, que treinou times de futebol e que era um bom pai.

Antes de ser retirado do tribunal, algemado, Merrill virou-se para a esposa e disse, logo após a audiência: “A verdade vai aparecer”.

Como o dinheiro do empresário está congelado pela Justiça para indenizar possíveis vítimas da fraude, Merrill não teve condições de contratar um advogado. Ele está sendo assistido por um defensor público.

O juiz disse que Merrill se fosse solto poderia fugir dos Estados Unidos com a ajuda do capixaba Carlos Wanzeler, outro dono da Telexfree, que está foragido.

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