Em janeiro, foram registradas 838 ocorrências. Um aumento de mais de 38% em relação ao mesmo período de 2013Não foram só os homicídios que registraram aumento no primeiro mês de 2014.
Os furtos e roubos de veículos também dispararam. Foram 838 ocorrências
em janeiro deste ano contra 606 do mesmo período de 2013. Aumento de
38%.
O salto nas ocorrências de furto e roubos de veículo é outro indicador
que confirma que a criminalidade no Estado está em franca ascensão, ao
contrário do que vem anunciando o secretário estadual de Segurança
Pública e Defesa Social, André Garcia, que insiste na tese de que há
tendência de queda consolidada da criminalidade desde 2009.
Os dados que comprovam o aumento de furtos e roubos de veículos foram
obtidos com exclusividade por Século Diário, já que o secretário André
Garcia tem adotado a estratégia de “esconder” os dados para que imprensa
e população fiquem apartadas da realidade. Como se a sensação de
violência não fosse mais representativa que a frieza dos dados
estatísticos.
Na primeira quinzena de janeiro, provavelmente já com os dados
estatísticos negativos nas mãos, o secretário adotou estratégia
semelhante ao determinar que a imprensa não tivesse mais acesso aos
boletins de ocorrências nas delegacias de polícia e no Plantão
Especializado da Mulher.
A medida revoltou a imprensa capixaba, que costuma fazer a cobertura sistemática das ocorrências nessas delegacias.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Espírito Santo e a
Federação Nacional dos Jornalistas repudiaram a decisão da Secretaria de
Segurança. À ocasião, as instituições alegaram que o Boletim Unificado é
um documento público, conforme estabelecem os artigos 5º e 37º da
Constituição Federal. O impedimento, segundo o sindicato, é uma forma de
censura à liberdade de expressão e de imprensa, que fere preceitos
constitucionais, a Lei de Acesso à Informação, bem como o Código de
Ética dos Jornalistas que tem como base primordial o direito fundamental
do cidadão à informação pública.
Acuado, Garcia voltou atrás e reconsiderou o acesso. Para tentar
convencer a imprensa de que a ocultação de dados não tinha a ver com a
falta de transparência, o secretário justificou que apenas queria
preservar a identidade das vítimas.

Desde que assumiu a Secretaria de Segurança, em março de 2013, André
Garcia passou a tratar as informações de maneira seletiva, divulgando os
dados estrategicamente. Dados que expusessem a realidade e,
consequentemente, gerassem críticas à sua gestão eram omitidos.
Foi o caso dos dados sobre homicídios. Um dos primeiros atos de Garcia à
frente da Sesp foi suprimir as informações diárias sobre os homicídios
do site da Sesp. Antes de o secretário fechar os dados era possível para
a imprensa conferir diariamente quantos homicídios ocorreram, os nomes e
idades das vítimas e os horários e locais dos crimes.
Com base nesses dados, a imprensa podia monitorar de perto as
informações sem depender da burocrática intermediação da assessoria de
imprensa da Sesp, que pode levar dias para passar uma simples informação
sobre o número de homicídios.
Após retirar os dados do site da Sesp, Garcia alegou que tomou a
decisão não para “esconder” a informação, mas para (novamente) preservar
a identidade das vítimas.
Diante de desculpa tão estapafúrdia, a imprensa não precisava perder
tempo tentando convencer o secretário que o nome da vítima poderia ser
suprimido das estatísticas, já que a intenção era acompanhar a evolução
ou recuou dos homicídios a partir dos números.
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